Um dos maiores problemas relacionados com a vitamina D atualmente refere-se aos níveis inadequados apresentados pela população em geral, caracterizando sinais de deficiência. A deficiência da vitamina D é altamente prevalente na população, tornando se um problema de saúde pública.
Mas o que leva a deficiência de vitamina D entre a população? Apenas a alimentação?
Não, a deficiência de vitamina D não é causada apenas pela ingestão insuficiente deste nutriente. E a explicação é simples: a principal fonte de vitamina D é a produção endógena (própria do ser humano), que é ativada pela exposição solar, a vitamina D é sintetizada na pele por ação dos raios ultravioleta e, caso a exposição do indivíduo à luz não seja adequada, é essencial que a vitamina seja fornecida por fontes alimentares.
Ou seja, as pessoas estão se expondo menos à luz solar e assim, produzindo menos vitamina D, levando ao quadro de deficiência.
E a alimentação? Não consegue suprir a ingestão necessária?
A resposta também é clara, não. Para este nutriente, especificamente, as fontes alimentares são insuficientes para atingir a quantidade recomendada individualmente. No entanto, é importante que se consuma alimentos que contenham este nutriente. As principais fontes alimentares de vitamina D são os óleos de fígado de peixes, peixes gordurosos (salmão, atum, cavala), leite e derivados, ovos e alimentos enriquecidos.
Quais são as principais complicações decorrentes da deficiência de vitamina D?
Nas crianças, a deficiência da vitamina D pode afetar as estruturas ósseas, levar ao retardo do crescimento e ao raquitismo.
E como prevenir a deficiência?
Em crianças, a prevenção da deficiência de vitamina D deve ser iniciada ainda na gestação, com os cuidados de pré-natal da mãe, devendo ser continuado após o nascimento. Além disso, a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que, 10 a 15 minutos de exposição solar, entre 10:00 e 15:00 horas, é suficiente para a síntese da vitamina D em indivíduos de pele clara.
Como diagnosticar e tratar?
O diagnóstico é realizado a partir de dosagens séricas (amostras de sangue) em laboratório, considerando os valores preconizados de suficiência, insuficiência e deficiência. Uma vez realizada o diagnóstico pelo médico, é definido o tratamento (avaliado a necessidade de suplementação ou não e, em quais dosagens).
Além disso, atualmente existem diversos produtos alimentícios fortificados com vitamina D, que podem ser somados à conduta de prevenção ou tratamento da deficiência de vitamina D. Consulte sempre um profissional capacitado.
Referências bibliográficas:
Sociedade Brasileira de Pediatria. Hipovitaminose D em pediatria: recomendações para o diagnóstico, tratamento e prevenção. Guia Prático de Atualização Departamento Científico de Endocrinologia. Nº 1, Dezembro de 2016.
Cominetti, C.; Cozzolino, S. M. F. Vitamina D (Calciferol). In: Cozzolino, S. M. F. Biodisponibilidade de nutrientes. 4ª. Ed. Barueri, SP: Manole, 2012.
Maeda, S. S.; Borba, V. Z. C.; Camargo, M. B. R.; Silva, D. M. W.; Borges, J. L. C.; Bandeira, F.; Lazaretti-Castro, M. Recomendações da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) para o diagnóstico e tratamento da hipovitaminose D. Arq Bras Endocrinol Metab ,vol.58, no.5, São Paulo, 2014.